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Cantinho de Maria

Os Dogmas Marianos

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Os "Dogmas Marianos" são centrais para a fé católica, pois tratam das verdades divinamente reveladas sobre a Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo. A Igreja Católica proclama quatro dogmas marianos essenciais, que refletem sua singular relação com Deus e o papel fundamental que desempenha na história da salvação. Estes dogmas são: a Maternidade Divina, a Virgindade Perpétua, a Imaculada Conceição e a Assunção de Maria. Cada um deles tem fundamentos bíblicos e é amparado pela doutrina da Igreja, que os declara como verdades de fé a serem cridas por todos os fiéis.

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Dogma da Maternidade Divina

O dogma da Maternidade Divina afirma que Maria é verdadeiramente mãe de Jesus Cristo, que é Deus e homem ao mesmo tempo. Este dogma foi proclamado no Concílio de Éfeso em 431, em defesa da fé na divindade de Cristo contra as heresias que negavam sua natureza divina completa. Maria é chamada de Theotokos, que significa "Portadora de Deus" ou "Mãe de Deus". Este título ressalta que Jesus é uma única pessoa com duas naturezas, divina e humana, e Maria deu origem à pessoa inteira, não somente à natureza humana dele.

Na Bíblia, a explicação para este dogma se encontra em passagens como Lucas 1, 43, onde Isabel chama Maria de "mãe do meu Senhor". O Senhor a quem se refere é Deus, e assim Maria é reconhecida como mãe de Deus mesmo. Este dogma está na base da veneração mariana da Igreja, que reconhece Maria como a mãe do Salvador e a honra por isso.

Dogma da Virgindade Perpétua

O dogma da Virgindade Perpétua sustenta que Maria apareceu virgem antes, durante e após o parto de Jesus. Este dogma expressa a pureza total de Maria e seu mistério na história da salvação. A virgindade de Maria é um sinal da ação singular de Deus na encarnação do Verbo e de sua consagração especial.

Na Escritura, embora existam restrições de "irmãos de Jesus" (como em Marcos 6, 3), a tradição da Igreja interpreta esses termos como parentes próximos ou filhos de um primeiro casamento de José, e mantém a virgindade perpétua de Maria. Textos como Isaías 7, 14 ("a virgem conceberá e dará à luz um filho") são vistos como profecias que apontam para Maria. A perpetuidade da virgindade é ensinada desde os primeiros séculos por numerosos Padres da Igreja e reafirmada pela doutrina católica.

Dogma da Imaculada Conceição

O dogma da Imaculada Conceição afirma que Maria, desde o primeiro instante de sua concepção, foi preservada por Deus da mancha do pecado original. Isso significa que, graças a um privilégio singular e por antecipação dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi concebida sem a culpa original do pecado, sendo "cheia de graça" (Lucas 1, 28).

Este dogma foi proclamado formalmente pelo Papa Pio IX em 1854 na bula, "Ineffabilis Deus". Embora não seja explicitamente descrito na Bíblia em termos de "imaculada concepção", encontra seu fundamento na tradição e em passagens alusivas, como a saudação do Anjo Gabriel à Maria, que a chama de cheia de graça, e a profecia em Gênesis 3, 15, onde Deus declara haver inimizade entre a mulher e a serpente, sendo Maria vista como essa mulher imaculada e piedosa, o antídoto da maldição do pecado.

A Imaculada Conceição realça a singularidade de Maria e sua preparação para ser os santuários dignos do Verbo encarnado, exaltando sua santidade e graça desde o início da vida.

Dogma da Assunção de Maria

O dogma da Assunção de Maria proclama que a Virgem Maria, ao término de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celestial. Este dogma destaca a participação plena de Maria na ressurreição e vitória de Cristo sobre a morte, sendo um sinal da esperança da ressurreição dos fiéis.

Este dogma foi definido pelo Papa Pio XII em 1950, após uma longa tradição de crença na Assunção de Maria na Igreja tanto do Oriente quanto do Ocidente. A Escritura não relata diretamente este evento, mas há elementos que apontam para isso, como a reverência dos apóstolos a Maria e sua presença em Jerusalém (Atos 1, 14). A doutrina é fundamentada na ideia de que Maria, imaculada e livre do pecado original, não poderia sofrer a corrupção do corpo após a morte, mas foi assumida para a glória celestial.

A Assunção confirma a participação da Mãe de Deus no plano da salvação e é um conforto para os cristãos na esperança da vida eterna.

Esses quatro dogmas são pilares da mariologia na Igreja Católica, sustentando a fé na singularidade de Maria como Mãe de Deus, pura e escolhida desde a concepção, sempre virgem, e glorificada na assunção ao céu. Eles estão profundamente entrelaçados com a Bíblia e a Tradição, sendo proclamados pelo magistério da Igreja como verdades que ajudam a compreender o mistério da encarnação e a missão salvífica de Jesus Cristo. Através deles, os veneram Maria e confirmam seu papel especial no caminho da redenção.

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